sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Bebidas longe das escolas é a ordem em São João



A promotora de Justiça Ana Cristina Taffarel esteve reunida com as autoridades municipais de São João nesta semana, durante audiência pública, para discutir a instauração do perímetro de segurança escolar na cidade. Prevista na Lei Estadual nº 10.454/90, a medida indica que não sejam comercializas bebidas alcoólicas ou substâncias nocivas à saúde num raio de cem metros das instituições de ensino.

Na ocasião, foi apresentado o projeto do Planejamento Estratégico do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) sobre o perímetro e a legislação que trata da proibição à venda de bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes. O prefeito, José Genaldi Zumba (PSD), se comprometeu em enviar à Câmara, em 30 dias, projeto de lei que regulamente a expedição de alvarás de funcionamento para estabelecimentos comerciais respeitando o perímetro de segurança. 

Marcaram presença na audiência, além do prefeito, o vice-prefeito, José Florêncio, o presidente da Câmara, Jamesson Guilherme, a coordenadora de Educação, Karina Evanielle, e a conselheira tutelar Quitéria da Silva. O tema também foi debatido pelo juiz de Direito da comarca, Rafael Sousa, o delegado de Polícia Civil Wesley Fernandes e pelo comandante do destacamento da Polícia Militar de São João, o sargento Gilmar Bezerra. A audiência ainda contou com a participação de donos de estabelecimentos, diretores de escolas e pais de alunos. 

O juiz de Direito reforçou a importância de aplicar a lei para distanciar os alunos do álcool e das drogas, garantindo a educação, “único bem que não há pessoa que tire”, e reafirmou o apoio do Judiciário nos meios necessários à implementação. Outro reforço veio da Polícia Militar, através de seu comandante, que dispôs sua equipe para trabalhar em conjunto com as demais autoridades do município na execução das determinações do MPPE. 

Na ocasião, a conselheira tutelar Quitéria da Silva relatou a preocupação dos pais sobre a presença de bares ao redor das escolas, o que atrai alunos e os retira da sala da aula. Segundo Quitéria da Silva, o conselho procura meios para estimular crianças e adolescentes a permanecerem na escola, além de realizar visitas e reuniões com os pais e os donos de bares.

Outro problema lembrado na audiência foi a promoção de eventos particulares nas próprias escolas, como casamentos e batizados, quando bebidas alcoólicas são livremente comercializadas. De acordo com o vice-prefeito, esses eventos irão passar a acontecer no Clube Municipal Areia Branca, único lugar apto para a realização de festas. Mas antes disso um estudo deverá ser produzido em toda a estrutura do local, para garantir a segurança das pessoas. 

O presidente da Câmara, vereador Jamesson Guilherme, garantiu que ao receber o projeto de lei, ele será aprovado em até 15 dias e sugeriu que proprietários de bares não vendessem bebidas alcoólicas das 18 às 19h30mim, para não causar evasão escolar nesse período. “Assim que o projeto for finalizado, uma cópia será enviada à Promotoria de Justiça”, garantiu o Prefeito Genaldi Zumba. (Na foto, o açude de São João, um dos patrimônios da Cidade)